Segundo Thomaz Kawauche, "Rousseau disserta sobre vários assuntos, mas sempre apoiado na mesma tese, a saber, que tudo que é produzido nas relações sociais, de sentimentos a instituições civis, é como um pharmakon (a droga-veneno dos gregos) cujos efeitos podem ser salutares ou nocivos de acordo com o estado de saúde da sociedade e com as circunstâncias em que a administração se realiza. Referência obrigatória nessa chave de leitura é o ensaio “O remédio no mal - o pensamento de Rousseau” de Jean Starobinski (1920-2019). O tema da cura da doença pelo princípio da própria doença, segundo Starobinski, perpassa os escritos de Rousseau de modo sistemático (ver em As máscaras da civilização, Companhia das Letras, 2001)."